sábado, 22 de junho de 2013

Para descontrair...


Um sujeito vai visitar irmão no presídio e o irmão pede pra que ele leve um pacote até a outra cela.
De posse do pacote, ao dirigir-se à outra cela, no meio do caminho é interpelado pelo Agente Penitenciário e descobre-se que o pacote era maconha. Ainda surpreso com o ocorrido  por desconhecer o conteúdo do pacote, ficou logo preso: tráfico de drogas.
Restou comprovado quando interrogado pelo delegado que ele não sabia do que se tratava. Contratou um advogado e este logo formulou sua tese de defesa: a droga era pra consumo pessoal (a pena era menor – os fatos ocorreram antes da Lei 11.343/2006).
Na audiência o acusado mudou então sua versão: a toda pergunta do juiz ou promotor, ao final respondia: É doutor, foi pra consumo.
Desconfiado  daquela situação, o promotor chamou em particular o advogado e lhe indagou:
Dr, não seria erro de tipo?

O advogado, olhando para o acusado, emenda: É doutor, é um bom tipo, mas errou, fazer o que!?

sábado, 8 de junho de 2013

O DESESPERO DA PROVA ORAL EM CONCURSO DO MP

Prezados,
A publicação de hoje visa auxiliar concurseiros de todo o Brasil na preparação para a realização de seus sonhos. Ela traz o testemunho do professor Thiago Godoy que, a propósito de repassar dicas sobre as provas orais em concursos, externa experiencia vivida como aprovado no último concurso do MP Pernambuco.Sem mais, espero que devorem o texto com o mesmo prazer e emoção que tive. Vale a pena ler até o fim.

O Desespero da Prova Oral


Artigo escrito pelo professor de Direito Civil do CERS e aprovado no concurso para Promotor de Justiça de Pernambuco, Thiago Godoy


1. INTRÓITO 

Os concursos públicos de ingresso nas melhores carreiras jurídicas, que representam maior responsabilidade e pagam os melhores salários, normalmente terminam na realização de uma prova oral. Alguns deles até têm uma etapa diferenciada, como a atuação em um Tribunal do Júri para o cargo de Promotor de Justiça ou a elaboração de uma sentença para a Magistratura, mas a prova oral sempre está lá esperando por você. É bem verdade que muitos concursos não têm esta etapa, mas se você tem o sonho de chegar ao topo da carreira jurídica, um dia terá que enfrentá-la.

Assim sendo, a prova oral sintetiza em si uma mistura de sentimentos ao concurseiro. Por um lado, representa um sonho, pois sinal de que se está a um passo da tão sonhada aprovação, mas por outro lado é a grande angústia de quem dedica sua vida ao concurso público, em razão do medo de enfrentar cara a cara o examinador, de se expor, de se mostrar, de evidenciar desconhecimentos e não poder mais se esconder atrás do anonimato de uma prova escrita. Digo dedicar a vida, pois concurso público é um estilo de vida, que pauta nossos comportamentos e consome diariamente nossos pensamentos. A aprovação exige de você viver intensamente os estudos e só quem já passou pela prova oral sabe exatamente o que ela representa e que provoca dentro de nós.

O objetivo deste artigo é dividir tudo isso com você, valendo-me da minha experiência de ter vivido a prova oral em minha aprovação para Promotor de Justiça de Pernambuco. Fiquei aqui pensando como estruturar esse texto, o que me pareceu bastante difícil porque são muitas questões a serem tratadas. Embora eu não esteja aqui sendo avaliado como em prova de redação, tenho a grande preocupação de que o texto seja claro e, acima de tudo, seja para você uma leitura agradável. Por isso, cheguei à conclusão de que a melhor forma de fazer o texto é estruturá-lo em tópicos, onde procurarei fazer uma mistura de objetividade e subjetividade, ou seja, não só passando informações de como uma prova oral é realizada hoje, de como para ela nos preparamos e como diante dela nos portamos, mas também o que sentimos e, não há como esconder a realidade, o sofrimento agudo que ela nos provoca.


2. ASPECTO FORMAL DA PROVA ORAL 

Na prova oral você será questionado sobre um único ponto do programa, podendo ser de todos os ramos do Direito exigidos em seu concurso ou apenas alguns ramos selecionados. No meu concurso houve uma seleção, havendo avaliação oral apenas em Direito Civil e Processual Civil, Direito Penal e Processual Penal e Direito Constitucional.

O ponto do programa em que você será sabatinado em cada matéria é escolhido através de sorteio. Importante destacar que tem havido uma mudança na forma em que ele é feito. Antigamente, o sorteio era realizado 24 h antes da prova, havendo um tempo para o candidato se preparar. Atualmente, o sorteio tem sido realizado na hora da avaliação. Até pensei que hoje todos os sorteios fossem assim, mas contando com a valiosa ajuda de Ana Laranjeira, jornalista do Complexo de Ensino Renato Saraiva, percebemos que as duas formas são aplicadas nos concursos atuais, de modo que só quando o edital do seu concurso for publicado é que você saberá como será realizada a sua prova oral, caso você chegue ao final do certame.

O meu concurso teve o sorteio realizado na hora. O candidato entra na sala e encontra o examinador sentado atrás de uma mesa, onde se encontra um saco com vários papeizinhos com os pontos do programa a serem sorteados. Ao tirar um deles do saco e descobrir o ponto, começa a avaliação, que dura em media uns dez minutos para cada matéria.

Muitos me perguntam qual a melhor forma de sorteio para o candidato. Cada uma tem uma vantagem e uma desvantagem. Pude perceber na minha prova e assistindo a outras provas orais que, no caso do sorteio feito 24 horas antes, as perguntas são mais profundas, mais difíceis, pois o candidato teve tempo para se preparar. Já no caso do sorteio feito na hora da prova, as perguntas são mais gerais e superficiais, o que exige do candidato o conhecimento da base dos institutos. Qual eu prefiro? Sem dúvida o sorteio com 24 h antes, pois com uma noite para estudar, regado a muito café, nós podemos virar doutores em qualquer assunto.

Ainda sobre o aspecto formal, pude perceber que há dois tipos de avaliação e você deve estar preparado para as duas formas, porque isso depende do estilo do examinador. Ao sortear o ponto, alguns deles começam a perguntar sobre o tema, enquanto que outros apenas dizem: fale o que você sabe sobre esse tema. Essa última forma é sem dúvida melhor, pois você comanda a prova e, por evidente, vai falar aquilo que você conhece. Lembre-se que o examinador pode interromper¬-lhe com algum questionamento e, se seguires por um caminho que não domine, pode causar problemas a você mesmo. Seja um ou outro tipo, a dica é alongar nas respostas ou na fala do que você tem segurança, pois, como o tempo é limitado, você acaba reduzindo o número de perguntas.


3. DICAS DE PREPARAÇÃO PARA A PROVA ORAL 

Normalmente, o intervalo entre as diversas etapas do concurso público é por volta de três meses. Significa que aprovado na prova discursiva para seguir à prova oral, é esse o tempo que você tem para ela se preparar. Como ler todos os gigantescos livros exigidos em tão pouco tempo? Eu sei que você já vem estudando há tempos, mas acredite que a insegurança exigirá de você um novo estudo de todos os pontos para a prova oral.

Uma dica valiosa, que para mim foi muito útil, é estudar para a prova de múltipla-escolha fazendo um resumo do que se esta estudando. Assim, nesses três meses, você relê suas anotações, apenas aprofundando em alguns pontos que julgue necessário para o padrão de uma prova oral.

A base do seu estudo é semelhante nos dois tipos de prova oral. Quando o sorteio do ponto é feito na hora, o seu estudo deve ser bem horizontal, ou seja, todos os pontos devem ser minimamente sabidos. Não vai haver questões tão profundas e você não pode dar chance ao azar de ser sorteado um ponto que você desconheça por completo. Saber muito de todo o resto em nada vai te ajudar. Por isso o estudo deve ser mais genérico para que você saiba de tudo um pouco. E acredite: o resumo feito nas etapas anteriores facilita muito pelo pouco tempo de preparação específica. E se o sorteio for na véspera? Em nada muda a base do estudo, pois fazendo esse estudo horizontal, ao sortear o ponto você já tem um material básico para qualquer ponto sorteado, tendo a noite toda para aprofundar uma base de conhecimento já montada.

No seu trabalho de preparação para a prova oral é de grande ajuda um curso de oratória. Muitos têm dificuldade de falar em público e não se esqueça que isso será avaliado em você. Assim sendo, as dicas de um profissional, o treino avaliado por ele são muito valiosos. É preciso treinar muito, pois a hora H não pode ser uma novidade para você.

Nesse sentido, uma coisa que me ajudou muito foi realizar encontros periódicos com alguns amigos para simularmos prova oral. Um de nós sendo avaliado e os demais compondo a banca de examinadores. Simule o mais próximo da realidade. Posso atestar que foi absolutamente fundamental para minha aprovação. Obrigado a meus amigos.

Ainda sobre isso, vale à pena, também, assistir provas orais. Não quando você está na faculdade ou quando está iniciando a sua preparação, mas sim quando já está em um estágio mais avançado de sua preparação. No meu caso, eu tive muita sorte, pois minha prova oral foi feita pela FCC em março de 2010 e três meses antes a mesma FCC realizou prova oral para Promotor de Justiça do Ceará. Não perdi a chance, junto com diversos aprovados para a prova oral daqui de Pernambuco, fomos assistir à avaliação. Extremamente útil, ajudou muito e recomendo a todos, nem que não seja tão próximo assim da sua avaliação, pois nem sempre se tem essa sorte.

Recebi um conselho valioso em minha preparação: HUMILDADE. Muitas vezes candidatos que sabem muito são derrotados pela sua arrogância. Isso vale para qualquer prova, acredite nisso. É preciso respeitar a prova e nunca deixar de estudar por se julgar pronto. Aliás, cuidado com o já ganhou. Muitos virão até você dizer: já passou. Acreditar nisso a ponto de se acomodar é o primeiro passo para a reprovação.

Recomendo muito cuidado com profissionais em prova oral que oferecem cursos de preparação. Confesso que tive uma experiência negativa nesse ponto e queria dividi-la com vocês. Fui a um curso de um profissional muito renomado, inclusive viajando para outra cidade, para um dia de aula sobre a prova oral. Confesso que saí de lá pior do que entrei. Para vocês terem uma idéia, simulamos uma avaliação oral é fui perguntado sobre o princípio das três Marias no Direito Penal. Disse que não me recordava (para não ser grosseiro), quando fui repreendido no sentido de que jamais deveria fazer isso. Deveria sim inventar uma resposta, pois é comum em prova oral o examinador inventar uma questão que não existe para avaliar a postura do candidato. Definitivamente, na minha prova oral e em nenhuma das que assisti vi esse tipo de postura do examinador. Fez-me muito mal inventar respostas e acho que só perdi tempo na minha preparação.

Habilitado para prova oral, você vai ouvir várias pessoas criando um terror que não existe, contando que ficou sabendo de uma pergunta impossível feita em concurso público. Abstraia, não é nem saudável ouvir essas pessoas. Em regra, não há maldade em prova oral, elas estão sendo aplicadas de forma muito respeitosa ao candidato. Se algum examinador vier com maldade, um “não me recordo” resolve e seguimos em frente. O importante é manter o alto astral e otimismo em nossa preparação. Pensamento positivo é tudo e pensamentos negativos só atrapalham.


4. POSTURA 

Tive a oportunidade de conversar com um examinador de prova oral da FCC e ele me disse que a primeira coisa que ele observa na avaliação é a postura do candidato. Ele me afirmou que o candidato que quer assumir um cargo jurídico de relevância, além do conhecimento jurídico, deve saber se portar em um evento oficial. Acreditem, vi vários candidatos que pareciam estar sentados na cozinha de sua casa com uma cerveja na mão. Postura é fundamental, não só na sua forma de sentar, mas, sobretudo, no vocabulário usado por você na avaliação. Ali você já é um promotor, já é um juiz, já é um procurador, um defensor público, enfim, sinta-se no cargo e se comporte como tal.

Uma dica é evitar segurar qualquer papel. Você vai estar muito nervoso e involuntariamente pode tremer e segurar papel evidencia isso. Aliás, não segure nada nas mãos. Esse mesmo examinador criticou candidatos que ficam brincando com objetos e rodando caneta entre os dedos. Suas mãos devem estar livres e comportadas, até porque as mãos devem auxiliá-lo em sua fala, sendo essa uma das dicas de um curso de oratória.

Sobre roupa, o formalismo e a sobriedade são fundamentais. Embora eu não seja especialista em vestir feminino, recomenda-se às mulheres o cabelo preso e unhas muito bem feitas com cores discretas, pois mostra mais formalidade. Aquele mesmo profissional que já citei orientou a nós homens usar terno azul ou cinza, jamais preto, pois é uma cor que traz antipatia. Não disse que perdi tempo... Sem problemas usar terno preto, o importante é ser sóbrio, discreto, sem usar cores chamativas. Uma camisa branca e uma gravata discreta é a melhor pedida. Deixe aflorar seu estilo depois da aprovação.

Quando entramos no recinto, é praxe o cumprimento ao examinador ou à banca de examinadores. Quer um conselho? Evite aquelas longas frases formais de cumprimento. Essa hora é o ápice do nervosismo e gaguejar e se enrolar nessa hora vão demonstrar sua fragilidade. O examinador sabe que você está nervoso, mas você não precisa demonstrar isso. Bom dia, boa tarde ou boa noite excelência(s) já é mais do que suficiente. Fiz isso e não me arrependo. Aliás, por falar nisso, sempre se refira ao examinador como excelência. Devemos até evitar usar senhor ou senhora. Isso é fundamental.

Nunca diga “não sei”, sua postura está sendo avaliada. Use o famoso “não me recordo”. Você sabe, apenas não se lembra. Muitas vezes o examinador, após a sua resposta, aponta o seu erro ou traz outro entendimento. Lembre-se que ele quer avaliar sua postura e uma boa saída é: “preciso rever ou aprofundar meus conhecimentos sobre o tema”.


5. ASPECTO SUBJETIVO 

Muitas pessoas me perguntam o que sentimos em uma prova oral, tanto na preparação como na hora da prova. Sintetizo com uma única palavra: DESESPERO. Não posso esconder de vocês, leitores, a realidade. A ansiedade para que o dia chegue é muito grande e o nervosismo ronda seus pensamentos constantemente. Mas é preciso superar esses sentimentos, se preparar da melhor forma possível e enfrentar o desafio.

O maior motivo do desespero que senti foi o fato do sorteio do ponto ser feito na hora da prova. É angustiante o medo de ser sorteado exatamente aquele ponto que é o seu ponto fraco. Quantas vezes eu brinquei com amigos: se na prova de Direito Penal for sorteado crimes eleitorais eu me levanto e vou embora, pois nada sei sobre o tema. E o pior é que meu medo se concretizou porque o ponto sorteado em minha prova de Direto Constitucional foi educação, cultura e desporto. De que adianta saber muito bem todos os demais pontos? Talvez, se o sorteio fosse feito 24 h antes, o nervosismo não seria tão intenso, talvez...

Por isso, três meses antes de minha prova oral resolvi me recolher dentro de minha casa e dedicar cada minuto do meu tempo a meus estudos. Posso dizer que me isolei do mundo mesmo. Aceitei que precisava abrir mão de algumas coisas por três meses para realizar o meu sonho. Além de ter que ver todos aqueles pontos que não dominava para não ser surpreendido no sorteio, bateu a insegurança e senti em meu coração a necessidade de rever todos os pontos do programa. Não sei se você sente isso em seu estudo, mas eu me sinto frágil se não leio um determinado tema há algum tempo, só me sentindo seguro se recentemente o li. E já disse aqui: os meus resumos foram minha salvação nesse momento.

Agora, afirmo a você, com toda a certeza, que a véspera da prova foi o pior dia de todos. A prova oral do meu concurso foi realizada em três dias e a minha avaliação foi no terceiro dia. Os candidatos tiveram permissão de assistir à prova oral dos outros dias e, é claro, eu estava lá no primeiro dia de avaliação assistindo a meus colegas. Minha maior preocupação era ver os pontos que estavam sendo sorteados e avaliar alguma deficiência que eu ainda tinha. O medo me fez devorar os livros nesse dia entre a prova que assisti e o dia da minha prova. Confesso que fiquei dezoito horas sentado estudando. Iniciei as sete da manha e só parei a uma hora da madrugada. E só parei porque tinha que acordar as seis da manha pra ir para a prova. O que me deu forças foi pensar: é o ultimo dia.

E nesse momento foi a hora que senti a pior sensação. Fui deitar e ao apagar as luzes para dormir pensei na prova que faria no dia seguinte. O meu coração acelerou de uma forma tão intensa, que cheguei a pensar que poderia ter algum problema de saúde. Senti algo que nunca tinha sentido. Não consegui dormir. Só consegui cochilar as três da manhã, mas as quatro e meia já estava acordado. Pode parecer exagero a muitos de vocês, mas a prova oral afeta nosso lado psicológico de uma forma muito intensa.

Chegando ao local de prova, todos os candidatos ficam numa sala e são chamados em ordem preestabelecida. Eu era o antepenúltimo e via os candidatos que estavam a minha frente saindo um a um. Quando o último sai e o próximo é você, o nervosismo chega ao seu apogeu e nessa hora eu rezei e pedi a Deus que ficasse ao meu lado como sempre esteve em minha vida.

Peço desculpas por ter neste capítulo falado de questões pessoais e até muito íntimas, mas minha intenção foi tentar passar para você algumas coisas que sentimos próximo à prova oral. Não posso esconder a realidade, é difícil demais, mas não é impossível. O seu sonho é o combustível que você precisa. É nessa hora que você vai mostrar a sua força e que merece a aprovação. Não pense duas vezes em abrir mão de muitas coisas importantes para você. Como Renato Saraiva diz, não há ganho sem dor.

Depois de toda a angustia, senti a maior felicidade de minha vida ao ouvir as minhas notas e ver que tinha passado. Não consigo em palavras traduzir o que senti. Só pensei: “caramba, sou Promotor de Justiça”. Quantas vezes em meu estudo tinha dúvidas se um dia eu conseguiria? Agora era real, tinha conseguido. Chorei copiosamente enquanto vários amigos também aprovados vieram me abraçar. Nesse momento lembrei de tudo que passei na vida até chegar a esse momento e a conclusão foi: valeu a pena!



fonte: http://renatosaraiva.com.br/noticias/2926/; acesso em 08/06/2013 às 12:25